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Confidências de uma tocadora de piano

Música de fundo: tema do filme "O Piano"

segunda-feira, junho 13, 2005

O Fim – um funeral íntimo


Como tantas músicas, as pautas destas confidências têm rectas que se têm vindo a findar paulatinamente.

Como tantas músicas, algumas ficarão sobrevoando eternamente os olhos ouvintes dum apenas monitor.

Como tantas músicas, sorri e entristeci, em constantes compassos repetitivos, sem encontrar uma ponte que me fizesse amar o que realmente tocava.

Como tantas músicas, as da minha prova de piano do corrente ano lectivo em término correram bem. Vera Belozorovich (russa), uma professora e acima de tudo grande amiga, com uma pedagogia incrível. Sei que para o ano já não poderei ter as regulares aulas com ela, mas sem dúvida que não vou deixar perder o contacto. Devo-lhe a nota que tirei.

Como tantas músicas, o Concertino para dois pianos de Shostakovich tanto segredado nas minhas confidências foi sem dúvida algo que, com uns anos de trabalho me foi marcando. A minha sócia Isa Antunes (actualmente de 15 anos), que vivia uma personagem límpida em céu azul ou num arco-íris, de forma tão perfeita… contrastando com o meu lado dramático…

Como tantas músicas, algumas levavam acompanhamento, e sem dúvida que acompanhei grande parte do corajoso crescimento de uma célebre violinista. “A música só tem sentido quando se dá sentido à música…” (lembraste?) ou o simples “aponta na tua partitura!! Porque só o ler já ajuda a fazer…!”. Clara Gomes, jovem violinista actualmente na casa dos 20… com tudo, sei que serás muito feliz com o Jaime… através dele todo este blog de confidências começou, fez já um ano e meio…

Como tantas músicas, algumas dão-nos regressos do que deixamos de ver, sentir, viver,… Mee, um pastor deambulante, mas um grande apoio em momento difíceis. Jamais esqueço.

Como tantas músicas, “alguém perdido” ou actualmente “persephone” foi uma assídua ouvinte das minhas palavras de tinta. Foi bom sentir que por vezes, exactamente as pessoas que não nos conhecem são as que mais se preocupavam comigo. Talvez exactamente pela razão que às vezes nos dá vontade de chegar perto de um alguém (não qualquer) mas desconhecido e simplesmente, após uma leve pergunta preocupada connosco, respondermos descaradamente que a vida é uma m**** e (…)… (tudo mais que se possa imaginar).


Minha vida saiu de todo esse lugar imundo. Encontrei um lince, o meu Lince, que, em pura associação com tantas músicas da minha vida, me trouxe de novo a música que perdera ou antes, que jamais encontrara…

Sim, sou feliz! (talvez a primeira vez que o digo desta forma, ao fim de um ano e meio de confidências… - há pior…)



Os meus agradecimentos a todos

os leitores, e carraças que me

leram e ajudaram (ou não) de

certa forma no meu caminhar

sobre cinco linhas.

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Esta será a última confidência, a última música, assim como tantas músicas...

segunda-feira, junho 06, 2005

Não há janela que me oculte
Nem inconsciente que me estime
Corremos por ruas perdidas, sabendo onde estamos mas sem o evitarmos.

Talvez ao abrirmos a caixa nos arrependêssemos.
Talvez ao abrirmos a caixa reforçar-se-mos a nossa aliança.

Apenas duas semibreves brancas e uma música doente.



(Darei sempre a minha vida por ti*)

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